Estimular a criatividade no cotidiano da sala de aula é um desafio quando nem o currículo nem a própria organização escolar são pensados neste sentido. Mesmo assim, é possível trabalhar de forma que o processo de criação caminhe em paralelo ao conteúdo das disciplinas – favorecendo não só o aprendizado, mas a busca por saídas diferentes.
A criatividade, de fato, é um fenômeno complexo que envolve a neurociência, a psicologia, a filosofia, a estética, a pedagogia, entre outras ciências. No entanto, a criatividade é algo constitutivo, é um traço essencial do ser humano, todos somos criativos em diferentes graus. Todos nós nascemos capazes de simbolizar, de criar.
Uma grande questão é que temos, no jardim de infância, muito espaço para desenvolver a autonomia para a criação. À medida em que avançamos os níveis de ensino, a criatividade vai sendo tolhida pelas exigências de um currículo que ainda é muito conteudista e que, apesar dos largos esforços de torná-lo focado em dimensões de competências, ainda engessa a liberdade criativa.
Na prática, para fazer com que a criatividade seja um elemento presente no dia a dia da sala de aula é necessária uma abordagem em duas frentes: em relação ao professor, que deve estar disposto a encontrar alternativas de ensino e necessita ser bem formado com vistas a organizar bem as estratégias criativas, e em relação ao aluno, que precisa estar sensível aos processos de criação.
A internet e as novas tecnologias têm provocado um outro entendimento de mundo para crianças e adolescentes: o pensamento e a resolução de problemas é mais ágil, mas o conhecimento é muito superficial. O mundo é muito visual, o que demanda mudanças na abordagem do ensino. Além disso, o mercado de trabalho acolhe mais favoravelmente hoje os profissionais criativos. Neste sentido, o Professor necessita ser um propositor de criatividade em sala de aula.
A educação maker, ou a do "faça você mesmo" tem sido uma estratégia amplamente disseminada nos últimos anos nas escolas brasileiras. A robótica educacional, por exemplo, em que o aluno é responsável por encontrar a solução de um problema de maneira criativa, tem contribuído para melhorar o processo de aprendizagem e mostrado que é possível inserir um componente novo à sala de aula.
A Docência Criativa perpassa por múltiplos fatores, mas é fundamental considerar que isto permitirá à escola estar mais conectada com o mundo contemporâneo. Permitir-se à criatividade é estar engajado com as possibilidades de o aluno descobrir o mundo por si mesmo.
Para saber mais, sugiro:
RAABE, A. L. A. et al. Educação criativa: multiplicando experiências para a aprendizagem. Recife: Pipa Comunicação, 2016. 470p. (Série professor criativo, IV).
Boa leitura!
:)
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